Um marco para a física e
a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter
detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas
por Albert Einstein há um século.”
Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada.
Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de
todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho
de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido,
Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta de forma fascinante o que foi
a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca
acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos
intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível
morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo,
pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.
Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista,
professor e judeu.
“Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que
havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista,
cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade
que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do
apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de
Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua
caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula
foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a
garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou
sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares.
Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o
salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste
Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e
aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa
marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de
respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um
amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas,
não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade em benefício de boas causas. Acompanhou o
líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de
angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a
explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel.
Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica
de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.”
Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com
pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada
vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como
Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas,
solicitado pela esposa e à sua revelia.....”
Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os
Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
E o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata,
eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a
migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas
do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser
acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação
de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte,
onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando
Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer e haver escrito “JE
NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário