QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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terça-feira, 17 de setembro de 2024

 Para minha inesquecível Alice

Hoje é dia dela! Minha Alice. Dia em que renasceu.

Minha mãe fez a passagem no dia 26 de fevereiro de 1998. Era véspera do aniversário de minha amiga, Many. Esta amiga fiel dos bons e maus momentos. Teresa e eu já havíamos sido advertidas pelo seu neurologista de que o fim estava próximo. Estávamos divididas entre o otimismo e a angústia, já que ela parecia haver melhorado.

Teresa vinha passar as tardes em minha casa, naquela ansiedade do quê poderia acontecer a qualquer hora. Uma tarde estávamos num outro quarto quando ouvimos uma de suas acompanhantes gritar: " dona Alice! dona Alice. Corremos e com a ajuda de todas as que estavam presentes a levamos para o meu carro. Eu sabia que o fim havia chegado, mas DEUS, esta Força Suprema, me deu força para dirigir até a Santa Casa. Penetrei no jardim buzinando e cheguei até a porta, onde enfermeiros, creio eu, vieram buscá-la imediatamente. Não chorávamos, só tínhamos em mente a ideia de que o fim chegara. 

E levaram-na para cima. Ficamos esperando, naquela angústia que só conhecem aqueles que passaram por momentos como este. Ao fim de algum tempo, uma médica desceu e nos disse que ela falecera. Mas tudo parecia tão rápido! Ainda pouco tempo, eu a levava de carro até seu curso de pintura! Quando saímos, olhei para o céu e vi nuvens que se amontoavam como crianças. Pensei na história da menininhas de branco, que sempre me contava, e  que morriam ainda crianças. Minha mãe jamais as esquecera! 

Durante anos, eu havia lutado para que se restabelecesse, que voltasse a andar após a queda que sofrera, mas nada adiantava. Ela não encontrava mais nenhum prazer na vida desde que meu pai se fora. Tinha a minha consciência tranquila. Alice tinha filhos, netos, que a amavam , mas não tinha seu amor, que namorara desde os quatorze anos. Lembro-me de minha sobrinha, Ludmila, ajoelhada a seu lado, acariciando lhe os cabelos. Do bilhetinho de sua neta caçula: "Para a vovó Alice de sua netinha que muito a ama , Alicinha." Havia sido cercada de amor, de seus filhos e netos, mas tudo era em vão. 

Quando a médica veio nos anunciar sua morte, tentando nos  consolar, disse-nos que ela morreria em maior sofrimento, devido ao câncer que sofrera e que a submetera a severa mastectomia, atingindo até suas costas. Aquele câncer, ocorrera na minha  adolescência, há muitos anos e, contrariamente a todos os prognósticos curara totalmente. Aquele câncer não marcava o fim de sua ficha de validade , que todos nós temos. 

De madrugada, minha amiga, Many trouxe-me para casa para que eu descansasse um pouco e comesse alguma coisa. Lembro-me, vagamente, de que fez um mingau. Depois tomei um banho. Mas tudo resta muito nebuloso na minha cabeça. Acho que, logo após seu falecimento, Teresa avisou meu irmão e o levei ao cemitério. Ele não dizia nada, mas eu sabia da sua dor. 

Por fim, Many me deixou no cemitério, já que era seu aniversário e ninguém sabia por onde ela andava. No cemitério, já pela manhã encontrei meu irmão, sentado num banco, tendo ao lado minha amiga, Sônia, que, como Many, acompanhara minha labuta. Sônia, amiga sempre fiel. Meu irmão segurava sua mão, não tendo coragem de penetrar na sala onde se encontrava o corpo.

Entrei no salão, acariciei seus cabelos, beijei sua testa e suas lindas mãos, que tantas maravilhas haviam produzido e saí. Sabia que ela não estava mais ali. Não fui ao enterro de seus despojos e lembrei de Cristo: "Deixai que os mortos   enterrem os seus mortos." Outros que a antecederam viriam buscá-la. Minha mãe fora para um plano superior, para nossa verdadeira morada e lá reencontraria todos os que amou e que perdeu. Está na luz de  Deus.

Não lhe disse "Adeus", disse-lhe "Até um dia" que só ELE sabe quando será.  

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

 Mulheres na Revolução Francesa

Muitas mulheres marcaram a História da Revolução Francesa. Não podendo falar de todas, escolhi cinco que me  parecem as mais significativa: Madame de Stael (pronuncia-se Stal ou ainda Stél) , Théroigne de Méricourt, Olympe de Gouges, Madame Roland e Charlotte Corday. 

Madame de Stael- escritora e mulher a frente de seu tempo

Anne-Louise Germaine de Necker, nasceu em 2 de abril de 1766 em Paris. Era filha do famoso banqueiro suíço, Jacques Necker, muitas vezes Ministro de Luís XVI, Numa sociedade de Ordens, em que a primeira Ordem era o Clero, Luís XVI, contrariando seu próprio regime, contrata um estrangeiro calvinista. Era um momento de imensa tensão, com endividamento da França, em relação à Independência da América, e uma imensa insatisfação popular.

Germaine nasceu em Paris, mas passou sua infância no Cantão de Vaux na Suíça, em um meio super privilegiado, sendo seu pai um banqueiro e sua mãe, Suzanne Curchod, filha de um pastor calvinista. Suzanne é uma intelectual, que mantem um salão literário onde se reúnem figuras como Diderot, D'Alembert dentre outros famosos Enciclopedistas, ou, seja, aqueles que debatem sobre a realidade do mundo em que vivem e clamam por mudanças, tendo sido a inspiração primordiais dos ideias revolucionários. É, pois, neste ambiente privilegiado que se desenvolve a jovem Germaine. Sua educação é primorosa, aprende línguas, dança,  teatro e a arte da boa conversação. Sem ser bela e ainda por cima protestante, Germaine, talvez pela sua fortuna, atrai alguns candidatos. No entanto, ela os repudia. Isto até encontrar o barão de Stael, Embaixador da Suécia, dezessete anos mais velho, mas belo homem e protestante. O casamento se realiza em 14 de julho de 1786. Seu primeiro filho nasce no ano seguinte, Para a jovem Germaine o casamento lhe traz duas vantagens, a primeira de passar de rica burguesa a nobre (a notar que era a burguesia - Thiers Etat - que detinha a maior parte das grandes fortunas), e a possibilidade de colecionar amantes, o quê era comum naquela época. E ela vai escrever que "o amor é a única paixão das mulheres". Mulher de muitos amantes, e muitos filhos fora do casamento. O Barão de Stael, seguro de que não poderá competir intelectualmente com sua mulher, deixa-lhe caminho livre, até que se divorciam. Dizia  Germaine "J'aime Dieu, mon père et la liberté!"

Durante a queda da Bastilha, primeiro marco do período revolucionário, Necker volta a Paris, onde é ovacionado pelo povo, que reconhece seus esforços para melhorar sua condição de vida. Durante alguns anos, Germaine mantém seu salão em Paris, mas, na época do Terror, resolve voltar para seu país natal, no seu Castelo de Coppet a bordo do lago Leman. Mas, ainda que fiel aos princípios revolucionários, protege muitos aristocratas e foge para a Inglaterra com seu amante o Conde de Narbonne. Ao mesmo tempo que detesta o Terror, Germaine admira a monarquia constitucional da Inglaterra., o quê considera o ideal para a França. E ela estuda profundamente o regime. De volta a Paris, ela reabre seu Salon, mas ameaçada pelo "Cômité  de Salut Publique", resolve voltar a seu castelo em Coppet. Dentre seus amantes mais célebres encontra-se Benjamin Constant de Rebecque, suiço e protestante como ela. Com ele teve uma filha, Albertine. Passado o Terror Jacobino, ela e seu companheiro voltam a Paris e inauguram um Salão, que será considerado o mais importante de Paris. Suas ideias liberais atraem intelectuais de todo o mundo. Mas são ideias liberais, ou seja , nem conservadoras,  nem terroristas.

É aí que surge em sua vida um jovem militar, que a seduz e é por ela seduzido. Este jovem corso ainda  não mostrou a que veio,  mas ela logo descobre. Assim Napoleão lhe escreve: "A senhora não exerce sua função de mulher, e se intromete  na vida política, na vida dos homens" Certa vez perguntado qual seria a principal função de uma mulher na sociedade, o já Consul ou, talvez, Imperador, responde sem hesitar: "Procriar cidadãosE a aversão entre eles é tamanha que  consegue proibi-la de voltar a sua querida  Paris. Ela, então, viaja pela Europa. Conhece grandes nomes da literatura. Exerce sua função de cidadã, de ser humano, em igual condição com os homens. Cem anos mais tarde, surge uma outra intelectual que igualmente reivindica igualdade para homens e mulheres. Igualdade na política e na vida sexual. Esta foi a bandeira de Amandine Aurore Lucille Dupin, que usou o pseudônimo de Georges Sand. Vestiu-se de homem, fumava charutos e teve dentre seus amantes mais célebres o compositor Fréderic  Chopin e  o poeta romântico Alfred de Musset. 

Fiz questão de incluir estas duas mulheres, porque tiveram a coragem de infringir regras então vigentes. Regras que, infelizmente, ainda hoje vigoram  para muitas mulheres.

Théroigne de Méricourt. De mundana, a Revolucionária,e a paciente psiquiátrica - Uma história fascinante.

Esta é, seguramente, a menos conhecida das mulheres revolucionárias. Sua trajetória passando por várias fases totalmente desconexas. Uma vida realmente fascinante.

"Em 1811, ela havia escrito numa folha dupla, com uma série de rabiscos indecifráveis, que se entrelaçavam, uma carta que  entregou a seu médico, para que entregasse a Danton, que havia sido guilhotinado sete anos antes." ( De um biografo desconhecido , contemporâneo seu)

Nascida em 13 de agosto de 1762, na região de Liège, Bélgica, de uma família de camponeses abastados, jamais se  poderia supor para a garota, Anne-Josef Théroigne, um futuro tão estarrecedor. Órfã de mãe aos cinco anos, ela é vítima de uma madrasta cruel, que piora na medida que se aprofunda a falência da família. Muito jovem decide cuidar de sua própria vida trabalhando como cuidadora de gado, ou cuidadora de crianças. Mas este não era o destino que lhe estava reservado. Uma certa nobre, Madame Colbert, para quem havia ido trabalhar, toma-se de afeição por ela, e transforma-a em sua "dame de compagnie" . E assim, a jovem camponesa aprende a ler, escrever, e tocar algum instrumento, o quê era absolutamente necessário à boa educação na época. Além do mais tem uma bela voz e canta bem. E ainda, Théroigne transforma-se numa bela jovem de porte médio, cabelos castanhos e lindos olhos azuis. Ela atrai atenções, dentre as quais a de um oficial inglês com o qual, ao fim de um ano, passa a viver uma paixão. Depois, outros amores, mais dinheiro, tornando-se o quê na época, e também no século seguinte, chamava-se de "demi mondaine". No entanto, ela continua apaixonada pelo oficial inglês, que acaba por engravidá-la, mas nega-se a reconhecer a criança. Ainda bebé, em 1788,  sua filha, Françoise-Louise,  falece vítima da varíola. Seu pesar é imenso. Neste mesmo ano, ela é convidada para fazer carreira como cantora em Genova, o quê se revela uma farsa. 

Cansada e desiludida, sentindo dores, ela é diagnosticada com sifilis e tratada com mercúrio. Neste momento então, que ela decide  abandonar sua carreira de "demi mondaine". Ainda em Nápoles, toma conhecimento da Reunião dos Estados Gerais, e resolve ir para Versalhes. Chegando, ela descobre que ali está  sua possiblidade de tão sonhada de  poder. Não perde nenhuma sessão da Assembleia e troca suas roupas femininas por outras de amazona. Tem três roupas neste estilo, uma branca, uma vermelha e uma negra. Na cabeça, usa um chapéu  com diferentes plumas. Esta é a sua maneira de se afirmar como mulher, igual a todos os homens. É amiga de grandes pensadores e políticos da época. Mas monarquistas, descrevem-na como uma cortesã, sem moral para qualquer reivindicação, e chegam a escrever, em seu nome, um livro sobre a arte da "courtisanerie". 

Amedrontada, ela volta à Bélgica, na sua região de Liège, mas é surpreendida por forças austríacas, que a prendem suspeita de espionagem , lembrando que o Imperador Leopoldo II é irmão de Maria-Antonieta. Depois de solta, ela espera voltar a Bruxelas , mas , enfim, resolve partir para Paris. Na capital,  é recebida triunfalmente no Clube dos Jacobinos. Levando o feminismo ao extremo, ela e algumas outras, propõem um exercito feminista, o quê não vai acontecer. Théroigne ainda frequenta as assembleias, mas parece cada dia mais apagada. Arruinada, e desiludida, ela aluga um pequeno quarto. Seus amigos , ainda que revolucionários, mas não jacobinos fogem ou são guilhotinados. De Théroigne  ouve-se falar cada vez menos. 

Certa vez é surrada publicamente pelas "tricoteuses", assim chamadas por seu fanatismo, mas sem nenhuma influencia política,  e por assistirem às execuções fazendo tricô.  Afinal, é o extremista  Marat (L'Ami du Peuple) quem a salva. É verdade que havia Clubes de mulheres, mas sem nenhuma influência  É presa mais uma vez em condições execráveis. Um de seus irmãos que a livrara uma vez, desiste e abandona-a à própria sorte. Ela se mostra cada vez mais selvagem. Talvez em razão das condições de higiene abomináveis, ou ainda da sífilis que adquirira anos antes,  seu corpo se cobre de erupções. 

Logo depois, ela morre e seu cérebro, como era frequente na época, é estudado, tendo sido feita uma mascara de seu rosto já irreconhecível.  Mas ela não é esquecida, poetas românticos como Charles Beaudelaire, que no seu livro, "Les fleurs du mal", falará da carnificina de que foi vítima. Da mesma forma que o pintor Eugène Delacroix, segundo se conta,  vai se inspirar nela para sua magnifica obra "A Liberdade guiando o povo".

Finalmente, ela morre em 9 de junho de 1817 aos 55 anos, completamente alienada.

Olympe de Gouges , a rebelde que acabou na guilhotina

Marie Gouze, conhecida como Olympe de Gouges, foi, como algumas outras, uma mulher à frente de seu tempo. Lembrando que não havia nenhuma mulher  no Thiers Etat (Terceiro Estado) que representava a burguesia, ou seja, um passo determinante para uma evolução de uma sociedade que guardava muito do feudalismo. Olympe de Gouges foi uma intelectual, escritora, teatróloga,  jornalista, feminista, e combativa revolucionária. É bom lembrar que as mulheres, ainda que tenham participado ativamente do movimento revolucionário, não tinham nenhuma ingerência na vida política. E fossem elas girondinas ou jacobinas.

Nascida no sul da França, em 1748, Marie de Gouze casou muito cedo e ficou viúva logo após o nascimento de seu primeiro filho. Mas ela recusava-se a obedecer as leis do ambiente  em que vivia. Sonhava com sua liberdade,  e também de todas as mulheres. Assim, logo após o falecimento de seu marido, ela troca de nome, muda-se para Paris, onde a vida política de que queria participar, era efervescente. Logo chegada à capital, começa a participar de círculos intelectuais, e suas peças começam a fazer sucesso. E o mais importante, lutou por um papel relevante das mulheres na sociedade. Mas não importava que fosse pré ou pós Revolução, na cabeça da maioria dos cidadãos e cidadãs, o lugar reservado à mulher era no lar, ocupando-se da criação dos filhos, o que, infelizmente, ainda permanece verdade para muitos e muitas nos dias de hoje. Foi diante desta constatação que os clubes femininos acabaram por ser proibidos. Lembrando a célebre  frase de Simone de Beauvoir: "Não se nasce mulher, torna-se mulher". Ou seja, a sociedade faz da mulher o quê melhor lhe convém.

É interessante o quê ocorreu com a lei do divórcio já aprovada durante a Constituinte, revogada posteriormente pela chamada Restauração, que foi a volta de uma monarquia constitucional, tendo como reis Luís XVIII e Carlos X, irmãos de Luís XVI. Finalmente, foi aprovada em 1844, sob o reinado de Luís Felipe, da casa de Orléans, mas com um complicado processo. Quanto ao sufrágio feminino ele  só ocorreu depois de uma longa luta de mais de um século, tendo ocorrido no Brasil somente em 1932, sob o governo Vargas. Isto sem falar no Voto Aberto, da República Velha, derrubada pelo movimento getulista em 1930, em que se escrevia diante de um mesário o nome de um candidato. Aliás, fazendo um pequeno parênteses, tenho duas fotos, magnificamente restauradas por meu amigo Daniel Braga, que mostram meu pai e meu tio Armando, ambos lindos e jovens,  partindo do Rio Grande do Sul, em direção ao Rio de Janeiro, onde derrubariam o Governo de Washington Luís e com ele a Republica do café com leite, em que se alternavam mineiros e paulistas.

Perdoada a digressão, voltemos a Olympe de Gouges. Foi de sua autoria a Declaração da Mulher e da Cidadã, que , segundo consta foi enviada à Rainha Maria Antonieta. Olympe lutou também contra a pena de morte e foi a partir da execução de Luís XVI que sua situação complicou-se. Abertamente Girondina, ou seja de um grupo moderado, composto  de burgueses ricos e que defendiam a Monarquia Constitucional. E convém notar que a maior parte da intelectualidade era Girondina.  Seu aniquilamento  e a ascensão dos Jacobinos, instalando-se o Cômité de Salut Publique  foi a o começo de sua derrocada. Presa, Olympe de  Gouges se viu na obrigação de lutar por seus direitos de cidadã, ainda que soubesse que seu destino já estava  traçado. Assim, ela viu os ideais por que havia lutado se dissolverem. Afinal, após uma farsa de julgamento, no dia 3 de novembro de 1793 foi executada. Ao subir as escadas para a guilhotina fez uma declaração que se tornou histórica: "Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso; ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna."

Menos de um anos depois, Robespierre  e o famigerado  Cômité de Salut Publique, foi todo executado, sem julgamento. No ano passado, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, prestei minha homenagem a esta fantástica mulher, que conheci em 1989, quando tive uma bolsa na Bretanha, o quê já contei anteriormente. 

Como mulher, ciente de meus direitos, independente e capaz de gerir minha própria vida,  considero todas estas mulheres símbolos que me guiam. Ainda tenho que escrever sobre Madame Roland e Charlotte Corday. Mas isto ficará para logo mais.