QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



Seguidores

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A manchete errada
O título não é meu. Roubei-o de Demétrio Magnoli, extraordinário sociólogo da USP. Ilustra um artigo publicado no Globo, logo antes da eleição de Obama. Magnoli chama a atenção para a importância da eleição de Obama, mas não por ser negro. Assinala que, ao contrário de Jesse Jackson, Obama jamais se apresentou como negro, mas como americano, filho de um negro queniano e de uma branca americana. Tem uma irmã, filha de sua mãe com um indonésio, e que é casada com um chinês. Obama tem parentes na África, que comemoraram, com danças típicas, sua vitória. É cidadão do mundo, que supera até as chamadas fronteiras nacionais. Obama significa o pós-racial, o pós-radical nacional, Obama é o pós-moderno.
Dizem que o século XIX só acabou com o fim da Primeira Guerra. Encanta-me pensar que Obama, com sua bela figura pós-racial, nos introduz, afinal, no Terceiro Milênio. E uma vez derrubado o muro que dividia o mundo em dois, Obama significa o pós-ideológico, onde não cabe nenhum sectarismo. Com ele, não dá para pensar em passado, não dá para ser anti-semita, não dá para fanatismos nacionalistas ou religiosos. Tudo isso nos parece ridículo e, ainda mais, odioso. Com ele, recriamos força para brigar contra qualquer preconceito, como sua mãe, que pertencia àquela geração nascida durante ou logo após a Segunda Guerra, e que, nos anos 60 e 70, começou a dizer não ao que estava estabelecido. Obama é o ressurgimento vivo, jovem e belo, de um velho sonho. Temos vencido muitos preconceitos, mas ainda há muita coisa a fazer. Mas, se Obama representa nossa definitiva entrada no século XXI, cotas raciais representam a volta ao passado. Cotas raciais dividem, quando o que se espera é a união, cotas raciais empurram para debaixo do tapete o grande problema do ensino público e promovem a estagnação do país. E tenho certeza de que, no futuro, vamos ter um novo tipo de preconceito, contra o profissional negro, suspeito de pertencer às cotas e de ter tido, portanto, sua trajetória facilitada. E os movimentos negros, que procuram estimular ao máximo a segregação? Mas é politicamente correto defender cotas e movimentos negros, seja a que custo for.
Lembro-me de meus primórdios como professora de francês. Tínhamos, então, a impossível tarefa de transformar nossos alunos, e nós mesmos, em franceses. Pronúncia perfeita, entonação, e até gestualidade! Durante cerca de duas horas, tentávamos em vão uma tarefa, já de cara, impossível. No pós-colonialismo, encontramos o justo objetivo, somos brasileiros, espanhóis, ingleses, chineses, que falam, ou aprendem uma outra língua. Somos para sempre nós mesmos, seja onde for e em qualquer circunstância. Estamos impregnados de nossa cultura, e sem ela não somos A nem B. E não importa, ou não deve importar, se somos brancos, negros, bonitos, feios, homo ou heteros, se somos dotados ou não. Se somos jovens ou não. Neste novo milênio, nossa luta deve ser contra QUALQUER tipo de discriminação. E ele, na verdade, só poderá ser novo se nos despojarmos de nossas velhas e fedorentas mazelas. Nós que vivemos aqueles anos de chumbo, que chutamos o balde, que abrimos portas fechadas, que penetramos em quartos escuros e proibidos. Nós, mulheres, que repudiamos o machismo, o casamento como profissão, a maternidade como único projeto de vida, a servidão feminina, que durante séculos nos humilhou. Vamos partir deste pós-racial e reiniciar, ao lado dos mais jovens, a luta que iniciamos na nossa juventude e que agora, como num belo despertar, nos parece fascinante, como naqueles velhos tempos. Ainda que estejamos certos de que a vitória jamais será definitiva, que sempre haverá muita coisa a combater.
E afinal, quem sabe, nós, contemporâneos dos velhos sonhos de um mundo mais justo, poderemos dizer que valeu a pena, e que não sonhamos o sonho errado ou impossível.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Candidata a amásia de Chavez.

Há algum tempo, vi uma entrevista da ex-mulher de Hugo Chavez. É uma mulher madura, bonita, tanto que foi rainha de beleza na Venezuela. Não compreendo como conseguiu casar-se com Chavez, aquela figura pornográfica – não vou ficar repetindo o que acho dele, porque acaba ficando chato. Mas o interessante é que a ex-mulher o odeia quase tanto quanto eu. Talvez até mais, já que compartilhou a vida com ele. E faz-lhe aberta campanha oposicionista.
Mas, afinal, quem serviria para mulher, ou amante, de um tipo tão asqueroso? Isto despertou minha curiosidade. Procurei nos jornais, nas páginas de política, onde abunda gente nojenta, ou nas policiais, procurei nas desclassificadas que andam por todo lado, em prédios de classe média, ou de luxo. Olhei para todos os lados, observei atentamente. É verdade que ainda não procurei nos sites pornôs, ou nos filmes de mesmo teor da SKY. Mas, afinal, estas são profissionais, e podem até, apesar da profissão meio duvidosa, ser pessoas de bem. Porque acho que para ser amante do indigitado, a mulher tem de ser desclassificada como ele, ofender nossos ouvidos, emitindo afrontas a todas pessoas de bem, debochando de nossos valores fundamentais, mentindo ostensivamente, enganando. Tem que ser uma mulher proibida para menores “e maiores” de 60 anos. Olhei, procurei e não vi. Ou melhor, vi, ouvi, já comentei, mas ela me escapou, não entendo porque.
Mas como sou perseverante, continuei atenta, certa de que algum dia encontraria, assim por acaso, a candidata ideal. E foi à noite, descansando depois de um dia de trabalho –casa, bicharada, cozinha e ainda minha vida intelectual, que compartilho atualmente com uma tal de Mme. de Staël - , que descobri, durante a propaganda eleitoral para Prefeitura de São Paulo, minha candidata, ou melhor a candidata ideal para Chavez. É nossa velha amiga Martinha, aquela mesma que, depois do desastre que matou quase 400 pessoas, dos congestionamentos monstruosos dos aeroportos, onde pessoas desmaiavam, choravam, se agrediam mutuamente, exaustas por esperas de intermináveis, aquela Martinha, membro da mais pura “zelite” paulista, aquela Martinha que nos sugeriu o inesquecível “relaxar e gozar”.
Perplexa, ouvi mais ou menos o seguinte: “Você conhece Kassab? Sabe se é casado, se tem filhos....?” Francamente, não me lembro do resto, mas devia ser tão imundo quanto aquelas primeiras perguntas. Se ouvisse aquilo vindo de alguma campanha da “Tradição, família e propriedade”, já me sentiria ultrajada. Mas partindo da Martinha! Martinha, aquela que sempre “defendeu” as chamadas minorias sexuais. Logo ela, que sempre fingiu ser a defensora dos que têm opção sexual pelo mesmo sexo. E que têm direito a isso! Estava desmascarado seu fingimento, a estratégia que usou, cinicamente, durante anos, para fazer-se conhecida e chegar a Prefeita da maior cidade do Brasil! Finalmente, desmascarada! E afinal, o que temos a ver com as opções sexuais de nossos governantes? Ou seja, para ela vale TUDO para vencer as eleições, até renegar seu “passado?”.
Para refrescar a memória de gente como Martinha, que espero não seja nenhum de meus leitores, gostaria de lembrar alguns exemplos que iluminam a história da humanidade. Eram homossexuais guerreiros como Alexandre da Macedônia, Ricardo Coração de Leão, e alguns outros de que não me lembro agora. E artistas geniais como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Caravaggio, e outros cuja história pessoal desconheço. E há, por outro lado, gente como Hitler, cuja sexualidade é meio discutível, mas que possivelmente não era gay, sendo provavelmente um misógino. Mas não se discute a masculinidade de Mussolini. Sua amante, Clara Petacci, 29 anos mais jovem do que ele, era uma linda jovem da alta sociedade italiana, que foi executada e pendurada pelos pés à exposição pública junto ao amante. As fotos dos dois mortos são impressionantes! Mao deve ter tido amantes, mas provavelmente todas feiosas, como convinha ao regime que presidia com mão de ferro. Stalin teve várias mulheres, sendo que uma delas suicidou-se. Será que não foi por causa dele? Pol Pot, aquele do Camboja, tenho certeza, também não era homossexual.
Então, Martinha, defensora dos milhões de homossexuais, que, por este país afora, sofrem, ainda, discriminações e agressões, não confunda as coisas. Se Kassab for gay ou machão, isto é problema DELE. Quanto a você, acho que deve abandonar aquele marido, que parece não lhe dar muita bola – dizem as más-línguas que o interesse do tal fulano era só o de ganhar espaço e intermediar a compra do “Aerolula”, o que lhe rendeu uma fortuna com dinheiro nosso – e procurar um macho à sua altura.
E não conheço ninguém mais digno de você do que Chavez.
E só para terminar. Nesta campanha do vale-tudo, Lula, num dos seus ataques histéricos de estupidez, denunciou preconceito contra a Martinha. Evidentemente, por parte da “zelite” machista. Vale lembrar, como lembrou um pequeno editorial do Globo, que Martinha nasceu “Schmidt de Vasconcellos” e permanece “Matarazzo Suplicy!”
É pouco?