QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Terceiro Ato







Fiquei fora do ar por mais de três meses. Que pena! Espero que meus amigos ainda estejam fiéis a mim, apesar de meu silêncio. Mas por quê? Preguiça? Falta de assunto? Mas o mundo nunca esteve tão efervescente! Vontade de mudar um pouco minha vida? Mas ela estava tão boa! Enfim, alguma coisa aconteceu em mim. E agora não me interessa ficar tentando descobrir o que foi. Hoje acordei com vontade de voltar, não ao passado, porque este é inacessível, mas de retomar o que abandonei. É verdade que li muito, vários livros que me fascinaram e me fizeram viver vidas que não são minhas, mas tão incorporadas! Deles falarei proximamente. Hoje meu assunto sou eu mesma e todos aqueles que estão vivendo o terceiro ato, o derradeiro, mas talvez o melhor.


O título, tirei de uma palestra de Jane Fonda, que aos setenta e quatro anos mostra uma forma física admirável e uma grande alegria de viver. A inspiração, de minha amiga Walquíria para quem telefonei dando-lhe os parabéns e que me fez ver o quanto é importante ter vivido até agora com saúde e felicidade, ainda que a vida nos tenha dado muitas lambadas. Ainda sou capaz de me comover e ,como dizia Nélida Piñon numa entrevista a Roberto D´Avila , a gente envelhece quando não é mais capaz de se comover. Choro quando vejo as crianças sofredoras na África, no Haiti, na India e também aqui. Emociono-me com o sofrimento de seres humanos e dos animais. Sinto em mim ainda viva a capacidade de amar. Amar o ser humano. Depois daquela entrevista de Nélida e da observação de minha amiga, refleti o que pode significar a vida e sobretudo neste Terceiro ato, quando já passamos dos cinqüenta, dos sessenta e sentimos em nós esta semente de vida sempre florescente e se renovando.


Tive uma vida difícil, com um irmão psicótico, mas de inteligência extraordinária, um pai devotado, mas de gênio difícil, com quem, graças a Deus, tive grande embates, uma mãe amorosa mas que não suportando a separação do marido, primo e namorado desde a meninice, resolveu morrer e durante seis anos esteve na cama, em minha casa, pedindo a morte que não vinha. Depois de sua libertação, fiquei com o encargo de meu irmão até o dia de sua súbita morte. O que me causou grande dor. E enfim, perdi minha única irmã, com um câncer de ovário. Vivo sozinha e assim espero terminar meus dias. Já tive os amores que tinha que ter. Do passado sinto falta de pouca coisa, talvez daqueles longínquos anos de início da adolescência. Mas olho para frente, sei que tenho muito mais passado do que futuro, mas isto é a vida. E ter chegado até aqui, ainda me comovendo com o que vejo, com o que leio, é haver vencido uma caminhada que ainda me seduz. Quero tomar meu vinho todas as noites, comer meus quitutes naturais, sem carne, sem aditivos, minhas frutas, legumes e verduras, minhas massas integrais. Quero ouvir meus netos, Felipe e João, dizerem : “A geladeira da vovó é diferente de todas as outras. A gente abre e diz: “Ôba mamão de soja, oba, água, oba, pizza de soja.” Quero poder fazer minha ginástica diária, beijar fraternalmente meus amigos, sorrir para as pessoas que olham com simpatia meus bichinhos na rua. Quero participar deste grande espetáculo que é a vida.


E até bem breve. E desta vez pra valer.


Comunico-lhes ainda que também postarei a mensagem de novo texto no meu facebook. http://www.facebook.com/maria.viana.737448
















3 comentários:

Eloah disse...

Querida, seja bem vinda!
Esta é a beleza do recomeço – persistir, permitir e transformar a vida descorada e fria, de fundo enevoado, num caminho carregado de desafios para novamente, cruzar a soleira do coração.
Temos muitas coisas em comum, mas muita mesmo.Que este terceiro ato seja um novo tempo repleto de esperanças, de carinho, amizades e de amor.Felicidades, querida e na alma a eterna primavera.Bjs Eloah

Vitoria disse...

Querida, texto lindo e inspirador como sempre. Celebro o seu retorno. Que seja pra valer, mesmo. Saudade apertada. Beijos

Guacira Maciel disse...

Seja bem vinda!

Sua escrita faz falta. Gosto de ler seus textos tão intimistas, gerados em terrenos tão profundos e férteis.

Abraço fraterno.

Guacira