QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



Seguidores

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

“Antes do dilúvio” “Um retrato de Berlim nos anos 20”

Um marco para a física e a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas por Albert Einstein há um século.”

Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada. Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO

.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido, Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta, de forma fascinante, o que foi a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo, pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.

Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista, professor e judeu.
Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista, cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares. Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas, não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade  em benefício de boas causas. Acompanhou o líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel. Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.” Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas, solicitado pela esposa e à sua revelia.....”

Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
Mas o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata, eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte, onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer, repetir e haver escrito “JE NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.





Nenhum comentário: