QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Meu ombro direito

Há algum tempo, escrevi sobre minhas desventuras com meu pé esquerdo. Já era a terceira vez que me dava problemas. Felizmente, com os ligamentos mais ou menos recuperados, estou de volta às minhas atividades. Aliás, já faz bastante tempo. Acho que desde de dezembro. Só que agora, vítima das mais variadas luxações transitando por meu corpo, instalou-se uma tendinite no ombro direito. E lá estou eu de volta às sessões de fisioterapia.
Já me sinto em casa. Freqüento a clínica desde 2002. Primeiro foi o pé esquerdo, algum tempo depois, novamente o tornozelo esquerdo, depois o joelho direito, novamente o tornozelo esquerdo, e agora o ombro direito. Tornei-me conhecida, e até querida: “Então, você aqui de novo!” Ninguém ainda me disse que sentiu saudades de mim, mas no fundo acho que ficam apostando quanto tempo vou permanecer afastada. Há inegavelmente algumas vantagens, como a ficha que não tenho que fazer, as conversam de amigo para amigo com os que cuidam de mim. Falamos de meus bichinhos, do shopping, do meu novo estilo de cabelo. Além disso, como se trata de ombro, não preciso de me arrastar, posso apresentar-me elegante, o que é tão importante para mim. E levar uma vida normal, passeando com Tilinha, indo ao restaurante, fazendo compras. É claro que não faço exercícios para os braços e preciso de ajuda dos professores e amigos para pegar os pesos das pernas.
As terríveis bolsas de gelo foram trocadas por bolsas de água quente, mas na clínica tenho que suportar a dor daqueles aparelhos de dão um puxão, acompanhados de uma temida bolsa de gelo, que alguns dias atrás quase me enregelou. As conversas continuam as mesmas, é engraçado, basta às pessoas entrarem numa sala de fisioterapia para pensarem em tendões, ligamentos, fraturas, etc. Ninguém fala da novela, quem seria afinal a assassina e se Donatela é pior, ou melhor, do que a outra. Ou xingar o Lula, o Dantas, o Greenhald. Levo sempre um livro, mas basta abri-lo para começar a ouvir os velhos papos. E ainda não consegui misturar ligamentos com Barack Obama. Ou Saint-Just, o enfezado jacobino, que deve ter tido todo tipo de desligamentos, já que teve a cabeça cortada.
Hoje cedo, quando tomávamos café, vimos uma propaganda interessante e que talvez explique minhas aventuras fisioterapeutas. Era de um tal Crecin, que tinge o cabelo deixando-o com cor de pêlo de rato. Dizia, mostrando primeiramente cenas dos anos 70: “Aquela geração que achava que não envelhecia, afinal chegou lá”.E aí pareciam eles hoje. Mas, afinal, os coroas se apresentavam em ótima forma, gatões de meia-idade, todos surfando, capazes de fazer inveja em muito garotão. Fiquei pensando e Ricardo, como que advinhando meus pensamentos acrescentou: “Foi a nossa não é?”
Será que a carapuça está me servindo? Também eu pensei que nunca envelheceria?

Um comentário:

Ricardo Vélez-Rodríguez disse...

Gatinha, estamos envelhecendo, mas com muita disposição. É envelhecimento de calendário, e amadurecimento de espírito. O melhor sinal desse processo é que conseguimos rir de nós mesmos. Coisa que nem os muito jovens, nem os petistas chatos conseguem fazer. Beijos.