QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

“Antes do dilúvio” “Um retrato de Berlim nos anos 20”

Um marco para a física e a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas por Albert Einstein há um século.”

Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada. Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO

.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido, Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta, de forma fascinante, o que foi a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo, pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.

Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista, professor e judeu.
Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista, cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares. Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas, não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade  em benefício de boas causas. Acompanhou o líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel. Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.” Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas, solicitado pela esposa e à sua revelia.....”

Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
Mas o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata, eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte, onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer, repetir e haver escrito “JE NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.





“Antes do dilúvio” “Um retrato de Berlim nos anos 20”

Um marco para a física e a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas por Albert Einstein há um século.”
Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada. Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido, Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta de forma fascinante o que foi a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo, pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.
Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista, professor e judeu.
“Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista, cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares. Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas, não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade  em benefício de boas causas. Acompanhou o líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel. Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.” Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas, solicitado pela esposa e à sua revelia.....”
Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
E o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata, eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de  Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte, onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer e haver escrito “JE NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.




“Antes do dilúvio” “Um retrato de Berlim nos anos 20”

Um marco para a física e a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas por Albert Einstein há um século.”
Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada. Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido, Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta de forma fascinante o que foi a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo, pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.
Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista, professor e judeu.
“Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista, cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares. Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas, não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade  em benefício de boas causas. Acompanhou o líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel. Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.” Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas, solicitado pela esposa e à sua revelia.....”
Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
E o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata, eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de  Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte, onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer e haver escrito “JE NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.




“Antes do dilúvio” “Um retrato de Berlim nos anos 20”

Um marco para a física e a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas por Albert Einstein há um século.”
Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada. Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido, Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta de forma fascinante o que foi a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo, pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.
Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista, professor e judeu.
“Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista, cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares. Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas, não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade  em benefício de boas causas. Acompanhou o líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel. Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.” Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas, solicitado pela esposa e à sua revelia.....”
Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
E o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata, eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de  Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte, onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer e haver escrito “JE NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.




“Antes do dilúvio” “Um retrato de Berlim nos anos 20”

Um marco para a física e a astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado ondas gravitacionais, ondulações espaço-tempo, que foram previstas por Albert Einstein há um século.”
Complicado, não é? Li e reli um artigo explicativo, e nada. Ou talvez só um pouquinho, bem pouquinho. Pois este gênio, um dos maiores de todos os tempos, decifrou o fenômeno por cálculos matemáticos , HÁ UM SÉCULO.
O que passo a narrar não é de minha autoria. Trata-se de um trecho de um livro fantástico, do escritor e pesquisador norte-americano, já falecido, Otto Friedrich. Nesta monumental obra, ele conta de forma fascinante o que foi a República de Weimar, criada logo após a Primeira Guerra, aquela que nunca acabou. Descreve a vida do povo e os prolegômenos do Nazismo. A perseguição aos intelectuais judeus ou não, mas independentes. Conta como ocorreu a terrível morte da líder comunista, e judia, até hoje uma lenda, Rosa de Luxemburgo, pelos grupos de extrema direita, dos quais nasceria o diabólico nazismo.
Mas, o que quero transcrever fala de Einstein, cientista, professor e judeu.
“Na verdade, para os nacionalistas, ele condensava tudo o que havia de mais despresível- judeu, liberal, internacionalista, pacifista, cético, inovador e, além de tudo, cientista, isto é, engajado em uma atividade que frustrava a inteligência média. Costumava ser apupado ao sair do apartamento , em Haberlandstrasse, ou do escritório, na Academia Prussiana de Ciências. “Ciência judia!” – gritavam grupos de desordeiros. Entupiam a sua caixa de correio com cartas obscenas e ameaçadoras. Certa ocasião, a sua aula foi interrompida por estudantes de direita e um deles vociferou: - Vou cortar a garganta daquele judeu sujo. – Rudolph Leibus, demagogo anti-semita , colocou sua cabeça a prêmio; foi preso e condenado a pagar uma multa de...16 dólares. Um grupo direitista , o Comitê de trabalho dos Filósofos da Alemanha alugou o salão da Filarmônica de Berlim para uma série de conferências contra o “embuste Einstein”. Ele compareceu e assistiu o encontro, rindo às gargalhadas e aplaudindo os ataques. Na vida privada, porém, era menos atrevido. – A imprensa marrom e outros tolos estão nos meus calcanhares , quase me impedindo de respirar , ou realizar qualquer trabalho realmente decente- confidenciou a um amigo.
Os admiradores o incomodavam tanto quanto os inimigos, mas, não raro, ele sucumbia , usando sua celebridade  em benefício de boas causas. Acompanhou o líder sionista Chaim Weizmann na viagem deste aos Estados Unidos a fim de angariar fundos, percorrendo várias cidades e sendo invariavelmente obrigado a explicar a relatividade do jeito mais simples possível. Ganhou o Prêmio Nobel. Foi ao Oriente. Visitou a Palestina e escreveu um artigo a respeito da “mágica de tais espantosas realizações e de tamanha devoção, realmente sobre-humana.” Tornou-se um dos membros da Liga das Nações, participando de reuniões com pacifistas franceses e alemães. Todo esse afã enfurecia os nacionalistas cada vez mais. Circulavam rumores de que ele estava marcado para morrer, assim como Walther Rathenau, e ele passou a andar em companhia de um guarda-costas, solicitado pela esposa e à sua revelia.....”
Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, mudou-se para os Estados Unidos e adquiriu cidadania americana.
E o nazismo não está morto. Ainda nestes dias, uma candidata, eleita, a prefeita, se não me engano, de Colônia foi apunhalada por defender a migração. Há alguns anos, vi, na feira do livro de  Gramado, uma banca vendendo obras apologéticas do Nazismo, reagi e quase fui agredida. Mas reagi! E confesso, e posso ser acusada de reacionária (!!!???), mas pouco me importa, ser contra a publicação de “Mein Kampf”, escrito por Hitler, durante sua prisão, na década de vinte, onde expõe suas idéias anti-semitas e genocidas. Não sou, como Luís Fernando Veríssimo, politicamente correta. Aliás, orgulho de dizer e haver escrito “JE NE SUIS PAS CHARLIE”, o que me valeu bobagens e grosserias.




quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Os best-sellers proibidos do século XVIII

Autos-de-fé, praticados abundantemente nas trevas da Idade Média e do Nazismo, constituíam na queima de livros considerados hereges, infiéis ou não-arianos. Nestas trevas, em geral, o autor, e qualquer pessoa a ele ligada,  era igualmente queimado ou mais “modernamente” enviado às “câmaras de gás”. Hoje quando vejo um ser humano ser queimado vivo, degolado, afogado encerrado em jaulas. Quando vejo crianças  aprendendo a ser carrascos. Quando vejo monumentos de nosso mais remoto passado ser destruídos, penso que ainda temos muita treva. E temo sinceramente que ela se espalhe pelo mundo.
Mas no século XVIII, apesar da falta de higiene, dos desdentados e das perucas imundas, que encobriam carecas igualmente imundas, os carrascos dos livros procuravam prestar “homenagem à força da palavra impressa”. Queimava-se o mínimo possível, sendo mais uma demonstração pública de que a lei estava sendo cumprida. É assim que começa a magnífica obra do historiador norte-americano, Robert Darnton, cujo título copiei para meu artigo. Li-o, quase de uma só vez, há alguns anos, e procurarei colocar aqui o que me parece ser mais interessante e ilustrativo do “século das luzes”. Enquanto queimavam-se alguns exemplares, leitores ávidos liam o que de melhor se publicava de ilegal. E falar em legal e ilegal, lícito e ilícito, é preciso notar que a fronteira existente entre os dois tornou-se difícil de distinguir, já que as próprias autoridades encarregadas desta função procuravam camuflar o que era ser um ou outro. Ser subversivo incluía três critérios, igualmente “flous”: solapar a autoridade do Rei, atacar a Igreja, ferir a moralidade convencional. E dentro destes três princípios havia uma gama complicada de nuances, indo do “muito” ao “moderadamente”. Os que atacavam a moral convencional poderiam voltar às mãos do livreiro ou mandá-lo para a Bastilha. Nesta intrincada “classificação”, encontravam-se lado a lado “O Contrato Social” de Rousseau ou a Enciclopédia, coordenada pelo filósofo e matemático  D`Alembert e o igualmente genial Diderot, e livros pornográficos ou de nenhum interesse. A fonte que melhor se presta para estudo da terminologia do setor livreiro são os documentos STN, “Société Typographique de Neuchâtel”, grande editora atacadista sediada no principado de Neutachâtel, na fronteira entre a França e a Suíça.” Foi através desta grande editora que leitores menos aquinhoados puderam ter acesso a uma literatura “lícita” ou “ilícita”. Com preços reduzidos, edições simples, em menores proporções, puderam os franceses ler o que havia de mais novo e profícuo. Através dos documentos da STN, pode-se perceber claramente todas as dificuldades enfrentadas por problemas de comunicação, por estradas em péssimas condições e pela complicada classificação das obras. ““Filosofia” indicava perigo.” E uma escolha típica abarcava desde a pornografia até a Filosofia como a entendemos.
E dentre esta profusão de criações literárias “filosóficas” , quais os livros mais procurados nesta França pré-revolucionária ? E o que eles puderam influenciar no movimento revolucionário que abalou não só a França, mas todo o mundo civilizado de então? A primeira dificuldade é identificar como um leitor de há duzentos anos leria uma obra ou outra. O mundo de valores era então diferente do nosso! E são estes que dirigem nosso olhar à direita ou à esquerda, de um lado ou de  outro. Este aspecto fica além de nosso alcance. O que está a nosso alcance é tentar compreender as diferentes referências deste mundo, o contexto em que se desenvolveram, e imaginar como puderam atuar na mente dos leitores. A literatura obscena existe desde a Antiguidade. E o que nos parece obsceno hoje não pareceria a um grego, de cuja formação, inclusive intelectual, fazia parte a relação com outro homem mais velho. Por esta função pedagógica surgiu a palavra pederastia, cujo sufixo” ped- “ é o mesmo de pedagogo. Logo a homofobia não era cogitada na Grécia, assim como um tipo de prostituição formada por mulheres cultas, que serviam sexualmente e intelectualmente, chamadas de “heteras”. Consta que Aspásia, amante do grande Péricles, havia sido uma “hetera”. Logo, valores mudam com o passar do tempo e hoje mesmo vemos rápidas mudanças.
O escritor Restif de la Bretonne cunhou o termo “pornographe” numa obra de 1769, em que...” defendia um sistema de prostituição legal, controlado pelo Estado.”Após o refinado “La princesse de Clèves”, escrito por Madame de Lafayette, de 1678, a começou , ainda no século XVII, um processo que culminaria, já no século XVIII , com o mais lido romance pornográfico, “ Thérèse philosophe”, provavelmente escrito em 1748, por Jean-Baptiste Boyer. A obra pode figurar ao lado de “ Les bijoux indiscrets” e “Lettres sur les aveugles” de Diderot, que o levou à prisão em Vincennes. “Thérèse philosophe” é ao mesmo tempo filosofia e erotismo. “Na verdade, o combustível da dupla explosão provinha da mesma fonte: a libertinagem, uma mistura de livre-pensamento e vida livre, que desafiava tanto as doutrinas religiosas quanto os  valores morais.”  Em “Thérèse philosophe” entremeiam-se orgias e discussões metafísicas. Baseado em fato real, mas que no livro assume dimensões dantescas e hiláriantes, Thérèse assiste ao estupro de uma jovem por um padre que a convence que é penetrada pelo cordão endurecido que São Francisco usava no hábito. A dimensão filosófica é a expressão da dicotomia razão e carne, espírito ( no sentido intelectual) e desejo carnal. A linguagem, tratando-se de um livro “pornográfico”, procura evitar um vocabulário chulo, a não ser em histórias como a do padre e da devota.
Mas, dentre tantos livros eróticos/pornográficos não poderia faltar a história de Madame du Barry, a última favorita de Luís XV. “ Anecdotes sur Mme la comtesse du Barry” fez enorme sucesso, pois é divertido, bem escrito e mostra a pobreza vencendo pela astúcia uma corte podre. Não se trata de uma obra escrita num volume, mas de panfletos que circularam abertamente pela França. Jeanne Bécu, nasceu nas camadas mais populares da sociedade, mas sua beleza a faz exemplar. Já tendo morrido, há muitos anos, a rainha da França, e também a célebre favorita de Luís XV, Madame de Pompadour, o velho rei lascivo, se entrega à mais absoluta libertinagem. Normalmente, no caso de morte da Rainha, caberia às três filhas do Rei, chamadas “Mesdames”, o papel de Soberanas. No entanto, segundo conta Stephan Zweig em sua biografia de Maria Antonieta, tratava-se de três velhas carolas, sem nenhum interesse às quais o Rei não dava nenhuma satisfação. Tampouco os cortesãos.  E o velho Luís XV tem seu alcoviteiro, um certo Le Bel, encarregado de encontrar jovens bonitas, que sirvam à libido insaciável do rei e são , bem remuneradas, despachadas pela manhã. É então que entra em cena Jeanne Bécu, muito jovem, fresca e belíssima. E Jeanne não fica só uma noite. Arrumam-lhe um marido com título de nobreza, conde du Barry, imediatamente despachado, um apartamento com passagem direta para os compartimentos reais e “Madame la contesse du Barry”, passa a reinar, apesar do ódio das velhas carolas, da corte, e posteriormente de Maria Antonieta, de quinze anos, manobrada por “Mesdames”. Dominado por seus segredos de alcova, Luís XV passa-lhe um poder irrestrito. À sua volta orbitam cortesãos, embaixadores de todos os soberanos, reis e príncipes. Sua trajetória, desde as prováveis ruas e bordéis até a corte, daria um romance diz Stephan Zweig.
Mas , afinal, tudo tem seu fim, e também o reinado da “du Barry”. Certo dia do ano de 1774, durante uma caçada, o rei sente-se mal, uma terrível dor de cabeça o acomete. Levado à Versailles, cercado dos melhores médicos, pouco a pouco, o soberano francês é diagnosticado com a terrível varíola. É verdade que durante séculos a doença havia matado ou marcado indelevelmente muitas e muitas gerações. Os pais preferiam que seus filhos tivessem a doença em criança, já que ela vinha mais branda. Luís XV já tivera a sua e esta reincidência surpreendeu, assim como a força com que o atingiu. Em poucos dias, seu corpo cobriu-se de chagas que cheiravam a decomposição. O grande Luís XV retomou sua condição de simples humano. Apavorados com a possibilidade de contágio e o odor pútrido, cortesãos se afastaram. Coube então à “Mesdames”, durante o dia, e à “du Barry” à noite guardar seu corpo decomposto. Com medo do Inferno, Luís quis confessar-se, mas os padres fugiam ao se defrontar com o odor e a imagem. Foi o Arcebispo de Paris quem lhe fez a última confissão, que exigiu ser pública, com a corte acotovelando-se nas portas. Poucas horas depois o rei deu seu último suspiro.
La Contesse du Barry, partiu para uma residência particular. Durante a revolução, foi utilizada como pombo-correio entre nobres na França e exilados na Inglaterra. Denunciada, foi presa e condenada à morte. Conta-se que se desesperou na hora da execução, tendo que ser arrastada, denunciando pessoas e tentando até mesmo subornar o carrasco com suas jóias. Por fim, disse em voz quase inaudível: “ S´il vous plaît , Monsieur, seul un petit moment.” Tinha cinqüenta anos.

Discorri mais longamente sobre a história da “du Barry” pois ela ilustra bem o que era a corte francesa. É verdade que há muito mais coisas a dizer sobre estes escritos proibidos e não se pode saber o quanto influenciaram a Revolução Francesa. Desde criança, aos dez anos, na França, apaixonei-me por este movimento que mudou os caminhos do mundo. Já fui monarquista e chorei ao ler a descrição da execução de Maria Antonieta. Também já fui esquerdista radical e considerei meus heróis todos os Jacobinos. Li imensamente sobre este fato histórico sem paralelo. Hoje, com tudo que li, tendo vivido tantos e tantos anos, tenho uma visão mais moderada, que não vou expor, porque, afinal este não é o assunto.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Glamour e Sedução

Há alguns dias, um amigo e eu, tomando uma cervejinha neste verão antecipado, começamos a conversar sobre aquelas mulheres que, em tempos idos, fizeram sonhar homens e também mulheres, que gostariam de ter sua beleza, fama, fortuna, milhões de admiradores a seus pés. Aquelas que podiam ter amantes, casar muitas vezes, sempre com homens famosos, passear em cadilacs imensos como transatlânticos. Mulheres que viveram numa época de intenso glamour, que apareciam nas telas com peignoirs de seda, viviam em ambientes de luxo. Parece que foi Jean Harlow, que deu início a esta sedução dourada. Morreu aos 26 anos, em 1937, segundo se diz em decorrência da recusa de sua mãe, ou sua, em permitir uma cirurgia necessária, já que pertencia a uma crença religiosa denominada Ciência Cristã que proibia intervenções cirúrgicas. Outra famosa e glamorosa loura foi Carole Lombard, morta em um acidente de avião em 1942, aos 34 anos, quando fazia venda de bônus para as tropas americanas durante a Segunda Guerra. Teve um ardente romance com Clark Gable, com quem se casou. Morto em 1960, o galã, que tantas mulheres fez suspirar, está enterrado ao seu lado. E mais recentemente, mas não tanto, o mundo da sedução perdeu a belíssima dominicana Maria Montes, morta de um ataque cardíaco em uma banheira. O ano é o já longínquo 1951.
Mas estas já estão num passado muito remoto. Ava Gadner, que o poeta e pintor francês, Jean Cocteau, classificou como o “mais belo animal do mundo”, teve uma vida amorosa tumultuada. Foi casada com Frank Sinatra, que, fascinado por sua beleza, abandonou a mulher, com quem fora casado desde a juventude. No filme “O Poderoso Chefão” (o primeiro), com Marlon Brandon no papel de Don Corleone, este romance, e posterior divórcio de um cantor, protegido pela Mafia, é comentado e censurado. No casamento da filha do chefão, ele canta para a noiva e é clara a alusão a Sinatra. O ano do casamento é 1951 e Frank era seu terceiro marido. Como tudo na vida dela, foi tumultuado, incluindo uma tentativa de suicídio dele, acabou em 1953.
 Era fascinada por toureiros, e manteve um arrebatador romance com o mais famoso de todos, Luís Miguel Dominguin. Conta-se que, certa noite, em um hotel em Roma, durante uma briga, tentou suicídio, atirando-se de uma sacada. Para sua sorte, a roupa enganchou numa grade e a grande star teve de ser resgatada pelos bombeiros. Alguns anos antes de sua morte, em 1990, a atriz confidenciou a um jornalista que, logo após a Revolução, foi a Havana, hospedando-se na casa do escritor americano Ernest Hemingway. Lá conheceu Fidel Castro, então jovem, e herói ,o que a encantou. Sem dizer claramente, deu a entender que mantiveram um romance. Pela biografia amorosa de ambos, pode-se crer ser verdade. E também, talvez, com Juan Domingo Perón. No Brasil, provocou escândalos, com bebedeiras e quebradeiras no Copacabana Palace.
 E também Rita Hayworth , ou melhor, Rita Margarita Cansino. Vinha de uma família de dançarinos ciganos. Seu avô era considerado o maior dançarino de flamenco da época. Rita aprendeu dança desde os três anos, tornando-se parceira de seu pai nas exibições. Ao ser descoberta, trocou o sobrenome pelo de sua mãe, de origem irlandesa. Sua beleza foi aprimorada por longas e dolorosas sessões de eletrólise que lhe descobriram a testa. Pintou os cabelos de ruivo e tornou-se a inesquecível “Gilda”. Foi mulher de Orson Welles, com quem teve uma filha, Rebecca, que faleceu em 2004, aos sessenta anos. Seu terceiro marido, foi o célebre play-boy, Ali Khan, com quem teve a segunda filha, Yasmin. Ali Khan, nasceu em Turim de mãe italiana e morreu em Paris, em 1960. Creio que jamais foi ao Paquistão, ainda que tenha sido seu representante na ONU! Pertencia a uma dinastia muçulmana, descendente de um certo rei de nome complicado. A ignorância do povo paquistanês fez dos Aga Khan, e toda sua família, uma das mais ricas do mundo.
Ainda na década de sessenta Rita deu os primeiros sinais de uma doença que a aniquilaria até a morte. O terrível mal de Alzheimer. Conta-se que certa noite, seu vizinho, Glenn Ford, com quem havia filmado o célebre “Gilda”, telefonou à sua filha Rebecca relatando que a mãe passava as noites caminhando pelos jardins na mansão, ao que ela respondeu : “É bebedeira”. Em 1987, já totalmente lesada, morreu no apartamento de sua filha Yasmin. Tendo assistido todo o horror por que passara ela própria e sua mãe, Yasmin organizou uma Fundação que ajuda as vítimas da doença. Acerca disso, vi uma entrevista sua há alguns anos.  Rita casou-se cinco vezes e para justificar seus múltiplos casamentos dizia: “Os homens vão para cama com Gilda, mas acordam comigo.”.
      Liz Taylor, o mais belo rosto do cinema. Ou um dos mais belos. Foi estrela desde a infância. Sua beleza percorreu sua carreira, encantando o mundo. Foi também a campeã de casamentos, oito ao todo. Com Richard Burton, grande ator, oriundo do teatro, tornou-se uma atriz respeitada pela critica, e não somente aquela dos “olhos violeta”. Relação conturbada, que incluiu dois divórcios e dois casamentos, muitos diamantes, brigas e muito álcool. De dois dos seus casamentos teve três filhos, mas nenhum seguiu a carreira cinematográfica. Morreu em 2011, vítima de uma grave cardiopatia. Não caminhava mais, sendo conduzida numa cadeira de rodas. Mas conservou a sua beleza, já madura. Disse-me na época uma amiga em tom de brincadeira: “É, todo mundo morre mesmo!  Até a Liz Taylor!”
E Marilyn Monroe ou, mais prosaicamente, Norma Jean. Antiga, operária durante a Guerra, filha de mãe esquizofrênica e pai desconhecido, criada em lares adotivos. Tornou-se célebre por sua foto nua, para um calendário, em que expunha seu corpo escultural. Neste tempo ainda tinha a cor natural dos cabelos e era Norma Jean. Seu terceiro e último marido, Arthur Miller, é um dos grandes teatrólogos americanos, sendo autor de peças célebres como  “As bruxas de Salem” e “ A morte do caixeiro viajante”, dentre outras . Foi um casamento intrigante, pois se juntavam um intelectual do mais alto nível e o grande símbolo sexual. Para casarem-se, Marilyn converteu-se ao judaísmo. Arthur Miller teve grande influência em sua vida e foi o único de seus maridos a engravidá-la. Abortou durante uma filmagem, cujo roteiro era do próprio Miller. O casamento durou cerca de seis anos.
 Sua morte ficou para sempre envolta em mistério. Como havia sido amante de Bob e John Kennedy, foi levantada a hipótese de que fora vítima de homicídio, o que é muito pouco provável.  O mais verossímil  é que tenha sido vítima de uma overdose de barbitúricos, sendo que a hipótese de suicídio está praticamente descartada. Recentemente, uma revista americana classificou-a como a mulher mais sexy de toda a história do cinema.
E há também as européias, como Sofia Loren, atualmente com oitenta e um anos. Sua beleza selvagem encantou platéias durante anos. Teve um único marido, o diretor Carlo Ponti, feio, baixote e careca, e dois filhos. Sempre levou uma vida discreta. Dela nunca se soube de escândalo, álcool, amantes. Hoje, já velha, ainda é uma bela mulher, possivelmente pela vida tranqüila que sempre levou. E Gina Lollobrigida, hoje com oitenta e oito anos. Casou-se duas vezes, teve um único filho, com o primeiro marido, um médico iugoslavo. Foi a grande musa do neo-realismo italiano e seus filmes desta fase tornaram-se ícones do cinema. Ainda hoje conserva traços de sua inesquecível beleza. E Silvana Mangano. Esposa do diretor Dino de Laurentis, atriz inesquecível de “Ulysses”, onde atuou como a feiticeira Circe e a esposa que o espera , Penélope. E muitas outras, lindas, mas que não cultivaram aquele glamour hollywoodiano.
Hoje tudo mudou. Muitas atrizes, cantoras, e até princesas, estão engajadas em ações sociais. A mais conhecida é Angelina Jolie, Embaixadora da Boa Vontade da ONU e que ainda coordena projetos políticos em países como a Etiópia e Camboja. Gisele Bünchen é Embaixadora da ONU para causas ambientais. E cantoras como Madonna, que trata de uma ONG que visa a inclusão social de crianças pobres e ainda “Raising Malawi”, que trata de órfãos e crianças com AIDS no miserável país africano. Há alguns anos, adotou duas crianças no país, que são criadas com seus filhos. E tantas outras, como a cantora Shakira, que tem uma ONG que provê alimentação e educação para crianças pobres na Colômbia.
Podemos compreender que o mundo mudou, mudamos nós, mulheres. Não nos basta mais ser belas, temos projetos profissionais, queremos liberdade, independência. Queremos respeito pelo que conquistamos. Temos compromissos com nossa sociedade. Ava Gardner, Rita Hayword,  Marilyn Monroe, Liz Taylor e tantas outras, ainda que admiradas pela sua beleza, morreram sem deixar nada além de suas cascas, e com o passar dos anos serão totalmente esquecidas.