QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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sábado, 15 de dezembro de 2007

De volta ao cotidiano

Aleluia!
Tilinha já voltou a dar seus passeios diários. Está feliz!
E eu também.
Agora já posso novamente olhar vitrines, entrar nas lojas, conversar sem temor – nego-me a explicar minhas desventuras passadas – comprar enfeites para o Natal, freqüentar minha academia, preocupar-me em estar elegante, voltar ao restaurante. E ainda falar mal do Lula, do Chavez, e outros. Recobrei minha preciosissíma independência e transito sozinha por onde quero. Minha casa está decorada para a grande festa, linda! Nada mais de compressas geladas, tornozeleiras fedorentas, antiinflamatórios, espera por alguém que me leve e traga. Posso tomar meu vinho nos fins-de-semana, e minha pinga dominical. Retornei à vida. Eu, Ricardo, Tilinha, Boris, o gato, meu pé esquerdo, e também o direito, que mostrou o quanto é imprescindível e solidário, e com o qual fui injusta. É verdade que sinto um pouquinho de saudades de meus amigos, conquistados nas sessões de fisioterapia. Discorríamos sobre torsões, ligamentos, tendões, fraturas, cirurgias, etc. Conversa pra lá de excitante. Mas devo dizer que, inegavelmente, aqueles longos dias de tédio foram melhor suportados com a convivência dos que sofriam parecido comigo. Meu pé esquerdo ainda dá sinais de que não está totalmente recuperado, mas sei que vai passar. Tenho confiança nele. Sinto-me imensamente agradecida a todos, médico, fisioterapeuta, companheiros de caminhada, ou “não-caminhada”, mas nego-me terminantemente a sequer pensar em novas sessões.
Minha semana de memoráveis alegrias começou quando o fisioterapeuta me deu alta, prolongou-se com a derrota de Chavez, e foi fechada com chave de ouro ao receber de presente uma fantástica cama “queen size”. Em relação à derrota de Chavez, devo dizer que, se meu pé esquerdo ainda estivesse doente, eu já me sentiria restabelecida só com esta maravilhosa notícia. Continuo afirmando que Chavez é um atentado a tudo que há de decente. É o governante mais desclassificado de que tenho lembrança. E olha que eu já vivi muito e sempre me interessei por política. Acho que afinal quem tem razão é aquele pastor americano que ofereceu dinheiro a quem o matasse. Como não me importo com o “politicamente correto”, vou continuar do lado do pastor. Em relação à cama, tivemos um sério temor. Quem sabe Tilinha, impedida de alcançar a altura da cama, não iria reclamar? Ouvi-la chorar a noite toda seria um tormento que não suportaríamos, mas a bichinha, ela também trazida de volta aos prazeres cotidianos, dormiu tranqüila. E desde então tem sido assim. Ou seja, tudo voltou ao normal, e até está melhor do que antes.
E assim são as coisas, afinal meu pé esquerdo me deu uma bela lição. Com ele aprendi a ter paciência, a suportar o incômodo, a conformar-me com as limitações. Até a tirar prazer do ruim. Vi incontáveis filmes, enquanto colocava incontáveis compressas de gelo e olhava incontáveis vezes o relógio esperando os vinte minutos recomendados. Mas consegui vencer tudo isso sem perder o bom humor, rir das brincadeiras de Ricardo acerca de minhas pretensões atléticas, e esperar a hora certa de recomeçar. Como dizia minha mãe, mesmo no ruim a gente pode achar um lado bom e aprender.

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