QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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sábado, 18 de agosto de 2007

MEIO GRÁVIDA

Maria Lúcia Viana
Professora de Francês.
Mestre em Lingüística Aplicada pela PUC-RS.
Membro do Núcleo de Estudos sobre Madame de Staël e o Romantismo, da UFJF.
E-Mail: marialucia.viana@gmail.com



“Eu acho que o caos aéreo está resolvido em parte”. Ou está ou não está! Não há meio termo. “Resolvido” briga com “em parte”. Para um doente não se pode dizer que está curado em parte, que uma mulher está grávida em parte, que uma ferida está cicatrizada em parte, que alguém é alfabetizado em parte. O comportamento maluco de não querer assumir nada leva o Presidente a dizer mais esta barbaridade: está resolvido, mas não totalmente, uma parte já está, mas algumas outras não, mas tudo vai ficar bem, o resto será logo resolvido, eu não sei de nada, quem manda é o Jobim, etc, etc. Mas afinal, qual parte está resolvida? As pistas? Os controladores? Os aviões superlotados? A ANAC? Zuanazzi? Denise Abreu? E o que não está? São Pedro? A fatalidade? O mau tempo?
Será que não há ninguém capaz de dizer-lhe que seu comportamento irresponsável e covarde, incapaz de assumir os fatos que insistem em nos ofender cada dia, está se tornando uma grande e trágica piada de mau gosto? Não seria melhor que Lula dissesse, com sinceridade, deixando de lado o palanque, que seu governo assumiria suas responsabilidades e tudo faria para que nunca mais se repetissem tragédias e tampouco as cenas a que assistimos durante tantos meses? Não seria muito mais digno se o Presidente confessasse que nada foi resolvido ainda? Todos nós, por mais ingênuos que sejamos, temos consciência de que, infelizmente, continuamos no escuro do apagão, e que se não há tanta espera é porque depois da tragédia ninguém ousa “brincar” tanto com os pobres passageiros. Mas se, por enquanto, não há atrasos de horas, há pistas cheias de ameaças, controladores ineptos, mal pagos, monoglotas, descontentes, agências cheias de gente incompetente, superfaturamentos, relações promíscuas com as companhias, abusos de todo tipo. Não seria mais confiável um Presidente que assumisse seu posto de chefe, ao invés de entregar o “abacaxi” para um novo ministro, que ele espera operar o milagre e deixa-lo de fora, mais uma vez? Será que não há ninguém, que o ame de verdade, talvez dona Marisa, que tenha a coragem de aconselha-lo a abandonar toda esta dubiedade que agride nossa inteligência cada dia?
CANSEI! Cansamos todos nós, sobretudo aqueles que, como eu, esperavam. Mas não adianta chorar sobre o passado. O que devemos temer agora é o futuro. Aliado ao que há de mais retrógrado e totalitário na América Latina, apoiado por milhões de eleitores incapacitados para qualquer reflexão, e também os fanáticos, que talvez sonhem com uma América Latina bolivariana, e os incorrigíveis “politicamente corretos”, o Presidente pode, quem sabe, sonhar com um prolongamento ao estilo Chavez. E aí, que Deus nos acuda!

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