QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Viva a Gisele

Levi–1 ano e oito meses, Maria Isabel-10 anos, Rebecca – 14 anos, Renan – 13 anos, Raquel -19 anos, Rafaella-17 anos, Thaís-14 anos, Bruno-3 anos, Caio Augusto-12 anos, Caio Felipe-13 anos, Alanis-2 anos, Ana Carolina-10 anos, Larissa-13 anos, Júlia-14 anos.

Não teria sido mais justo se o Lula tivesse morrido, ou o Renan, ou o Dirceu, ou o Marco Aurélio?

Diz a psicóloga Rosa Reis, em artigo publicado no Globo de 29 de julho: “De repente, como se acordássemos de um sonho, a realidade se impôs mais uma vez: um avião explode, levando quase 200 vidas. Não importa se foi falha mecânica, a chuva, a pista. Só podemos falar em tragédia quando um fato acontece inesperadamente. Não podemos admitir como tragédia algo que vinha se anunciando. Por se anunciar, ela está nos dando chance de evita-la, clamando por ações”.

Trinta e sete vítimas tinham entre 20 e 30 anos. Quarenta tinham mais de 50. Quase todos os demais tinham trinta e poucos anos.

Ivanaldo morreu com toda sua família, esposa e um casal de filhos. Wilma e seu filho Bruno também se foram. Márcio, que estava voltando de uma temporada de trabalho e férias, morreu acompanhado da mulher Melissa, da filha Allanis, de 2 anos, e do jovem cunhado de 24. Jamille, de 21, estava com o filho Levi, o marido os esperava no aeroporto. Maria Elisabeth morreu com as duas netas de 14 e 10 anos. Caio Augusto de 12 anos e sua irmã Raffaella de 17, únicos filhos, eram esperados pela mãe no aeroporto. O que podemos dizer diante de tanta dor?

E se não se trata de uma tragédia, o que foi então? Se sabemos que havia tanta gente que tinha consciência da iminência de uma catástrofe, e se nada foi feito, foi um assassinato. De 200 pessoas. Todos nos lembramos da bravata de Lula, há meses: “Quero dia, hora e mês para solucionar o problema”. Realmente, não há um culpado, há vários: as companhias ávidas por lucro, o que, afinal, não é tão anormal, os pilotos, que podem ter errado, afinal eram seres humanos, a manutenção, que não levou em conta o tal de reverso, o piso, o tempo, São Pedro, até o destino. Mas, acima de tudo, há um, que é impossível eximir de culpa, ANAC, o órgão fiscalizador. Caberia a ela fiscalizar as companhias aéreas, a manutenção, a sobrecarga de trabalho. De todos os possíveis culpados, talvez só lhe escapassem o santo, e o destino. Isto se não houvesse sido loteada entre companheiros e ex-colegas. Gente inepta até para dirigir um condomínio, gente cujo único objetivo é tirar o máximo proveito do cargo, pouco se incomodando com a sorte daqueles por quem deveriam zelar. Mas há ainda a INFRAERO, cujo presidente teve, como única iniciativa, nos aconselhar a ter calma. E o Ministério da Defesa, dirigido pelo sonolento Waldir, cuja “história” justificaria toda incapacidade.
E Lula o que fazia ele enquanto se preparava este espetáculo inigualável de morte e dor? Falava mal da zelite, tendo a seu lado Sarney, Maggi, o Inimigo No. 1 do Pantanal, Jader Barbalho, de quem, aliás, beijou as imaculadas mãos, banqueiros empanturrados de lucros,etc, etc. Já esquecido do caos aéreo. E depois? Depois nos informava de que tem duas orelhas, que não tem medo da zelite e que ninguém melhor do que ele pode colocar seu povo na rua. Mas afinal que espécie de democracia é essa em que o Presidente ameaça com sua tropa de choque aqueles que não concordam com ele? Que diabo de Presidente é esse que não sabe sequer que há uma crise tão grave que há dez meses quase paralisa o tráfego aéreo? Que espécie de sujeito é esse, que escrevia em 2002, que nosso sistema aéreo agonizava, e que em 2007 diz que não sabia de nada, ou não sabia que era tão grave. Que droga de sujeito é esse, que se encarrapitou no poder sem ter nenhuma idéia do que se passa a seu redor?
Lula é a grande mentira, que embalou nossos ideais de juventude, e que teremos de engolir por, no mínimo, ainda três anos e meio. Se quando jovem odiei o golpe que derrubou Jango, já no crepúsculo espero, em respeito a tudo aquilo em que tenho acreditado ao longo da vida, sinceramente, que termine seu mandato. Porque sou democrata, de fato. O que todos nós que lutamos pela liberdade exigimos é que haja jogo limpo, que a corrupção não seja tão debochada, que haja justiça, que nossos direitos sejam respeitados, que os homens a quem confiamos os destinos de nosso país não sejam tão ordinários.
Como dizia o âncora de um telejornal, a única coisa que temos de que nos orgulhar para o resto do mundo é a Gisele Bünchen.

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