QUEM SOU EU

Sou professora de Francês, mas hoje minha principal atividade é escrever e ler, além de cuidar dos meus três vira-latas: Charmoso, Príncipe e Luther.



Gosto de fazer ginástica, sou vegetariana e adoro animais em geral, menos baratas.



Sinto especial prazer quando meus textos agradam aos meus leitores. Espero continuar produzindo e me comunicando com todos os meus amigos, neste maravilhoso universo da net.



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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Boas, boazinhas e boazudas.

Madre Teresa de Calcutá foi uma santa mulher. Mas nem é preciso ir à quase santidade. Há mulheres boas, boníssimas, que conhecemos ao longo da vida. Há guerreiras, que acreditam na justiça e não têm medo de arriscar-se. Abrem portas fechadas, enfrentam o escuro, não temem por si mesmas. Mas há também aquelas que, mesmo não sendo guerreiras, passam pela vida distribuindo amor. Umas e outras serão para sempre lembradas, e esta lembrança será repleta do amor que distribuíram. Conheci guerreiras, conheci conciliadoras, conheci abnegadas, todas mulheres com ilimitada capacidade de amar. E não as esqueci, ainda que algumas tenham partido há muito tempo. Minha avó era uma dessas. Teve a coragem de “seqüestrar” uma criança maltratada pela madrasta, e quase sofreu processo. Defendeu uma mulher surrada pelo marido e, por incrível que pareça, impôs-se ao agressor, que fugiu. Mas minha avó estava longe de ser boazinha e, ao contrário, infringiu os mandamentos da época. Joana era justamente o oposto da boazinha.
Boazinhas pululam no mundo, infelizmente para elas e para nós. São muito mais numerosas do que as boas. Boazinhas são como aquelas personagens da fantástica canção “Mulheres de Atenas” de Chico Buarque, que “... não têm gosto ou vontade, nem defeitos nem qualidades, têm medo apenas. Não têm sonhos só têm presságios...” e assim por diante. Como na Atenas clássica, são mulheres vivas não em função de si mesmas, mas sim de um outro, pai, marido, família. Tudo nelas é gentil, dócil, “inquestionador”. Passam a vida procurando agradar ao próximo, ainda que muitas vezes estejam longe de amá-los. Boazinhas não abrem a porta fechada, não entram no escuro, não se despem. São como açúcar cândi, mel, perfume de violeta, musiqueta da Sandy. E já vi boazinhas - mazinhas- que tentam passar para outra, não boazinha, a sua própria imagem, que no fundo as desagrada. E contam da “antagonista” alguma história de boazinha, que é mentira. Se as mulheres fossem na sua maioria como elas, continuaríamos a sofrer todo tipo de discriminação, e talvez, quem sabe, ainda estivéssemos sendo puxadas pelos cabelos. Boazinhas pululam no mundo porque é menos perigoso acatar o que está pronto do que perguntar se está certo. Assim, aceitam o que vem e dizem amém.
E as boazudas? São aquelas que fazem os homens sonhar com uma noite de amor. Trazem em si esta fagulha de vida, que se traduz na sensualidade que despejam à sua volta. Até podem ser burras, mas não passam desapercebidas. Boazudas deixam loucas as boazinhas, que, quase sempre, gostariam de ser como elas. Mas jamais uma poderá ser como a outra. Há entre uma e outra categoria uma intrínseca incompatibilidade. Nenhuma verdadeira boazinha pode ser boazuda, já que isto exigiria um certo comportamento que a primeira não poderia ter, sob pena de deixar de ser boazinha. Enquanto a boazinha é a musiqueta da Sandy, a boazuda é uma rumba, rebolada e cheia de libido. Enquanto a boazinha é bananinha com aveia, a boazuda é uma refeição completa, cheia de bons aromas. Boazuda é a morena da cerveja, que rebola o traseiro e faz os homens delirarem, sobretudo sendo brasileiros. E ainda que a gente diga que é de mau gosto, que a cultura brasileira faz o culto da parte posterior, que se trata de desvalorização da mulher, etc, etc, não se pode negar que Juliana Paes é vida, beleza, alegria. E é disso que estamos precisando nestes tempos antiéticos e antiestéticos.

E no Senado, precisamos de mulheres como minha avó Joana e não de Idelis Salvati.
Aliás, Ideli não é boa, nem boazinha, nem boazuda. Ela pertence a uma outra categoria!

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